Sempre ouvi dizer que tudo na vida, até as desgraças, têm qualquer coisa de positivo. Esta desgraça dos incêndios não fugiu à regra.
Não creio que seja politicamente correto dizer que a morte de mais de cem pessoas teve algo de positivo, porque a morte é sempre negativa. Mas teve, pelo menos, a virtude de despertar para a realidade jornalistas e políticos que nunca aprenderam a apagar um fósforo mas que, de repente, aparecem a tecer loas sobre o combate a incêndios.
É pena que a mesma comunicação social que anda agora pela terra queimada a entrevistar mortos-vivos, nunca se tenha dado ao "incómodo" de ir para o terreno, denunciar o que de muito mau estava para acontecer quando, durante décadas, os matagais cresciam descontroladamente e a população do interior "desquecido e ostracisado", decrescia, porque os novos partiam para o estrangeiro e para as grandes cidades do litoral e aos velhos, que mal conseguem sobreviver do que a terra dá, já não lhes chegam as forças para cortar o mato à volta das casas.
Mas a notícia não é ir de Lisboa ao Porto, pois não? Notícia é quando um tipo abala de Lisboa com destino ao Porto e se "esbardalha" todo contra um camião, antes de atravessar o viaduto de Sacavém. Porque os políticos e a comunicação social, são como os vampiros e as moscas: alimentam-se de sangue e carne putrefacta. Agora não há político nem jornalista que não siga o cheiro da morte e não tenha uma palavrinha de ódio mal destilado contra aquilo que era evidente há 20/30 anos. Durante as quatro décadas em que ninguém fez nada pela floresta, uns andavam pelos corredores das sedes dos partidos, ocupados a preparar a nova campanha eleitoral e outros escreviam sobre a vida cor-de-rosa dos famosos.
Não sei se é pressentimento meu, ou se é a experiência que me diz que das medidas que o governo está a tomar, não vão sair mais do que palavras para enganar velhotas com a dignidade chamuscada e rios de tinta nos jornais.
Portugal vai continuar condenado a ser uma extensão do deserto do Saará e daqui por uns dias, quando a chuva apagar o último braseiro, os políticos vão à vidinha deles e os jornalistas "especialistas" em incêndios florestais, voltam a contar estórias da vida cor-de-rosa dos famosos, até ao próximo verão.
É a vida…
10 comentários:
Eu não comprava o jornal mas lia-o numa leitaria onde a malta do bairro ia ver a televisão. Porque televisão e frigorífico, para esta malta que está habituada a nascer com todos os progressos tecnológicos à roda, até pode ser banal mas para nós era luxo a que só os mais abastados tinham acesso.
O que o anúncio queria vender eram colchões. Só que o "artista" enganou-se nos "tipos" e esqueceu-se do "C" eheheh.
Se bem me recordo, na edição seguinte o erro já tinha sido corrigido e o funcionário deve ter passado um mau bocado.
Sabe bem passar por cá e recordar velhos tempos.
Eram tempos bem difíceis mas acho que se pudesse ainda voltava atrás.
Pelo menos era novo e com saúde.
Bom fim-de-semana.
Também foi verdade o que me disseram pelo telefone. Presumivelmente já fartos dos telefonemas que lhe fizeram. Podes ter a certeza que os artigos sobre "Consulta em Bragança" e os "Carapaus Fritos" e "Merda em dia de futebol" também foram verdadeiros e tenho mais para no futuro postar que também foram verdadeiros. Proximamente será a "Espreita(dela), que me custou 15 de suspensão no emprego.
Quanto a saudades, tenho, tenho muitas, mas o que mais me afecta porque sou muito saudável é ver amigos, amigos de verdade irem partindo. Isso afectamente e olho pró vazio e encontrou cada vez maior. Tento ultrapassar com novas anizades, até que um dia o gajo de vermelho, cornos na testa e uma forquilha na mão me leva pró Diabo que me carregue.
Um abraço, aparece sempre e vai dando as tuas opiniões sinceras sobre o meu humor.
Foi bom ler a bossa 'scrita.
Um abraço
Um abraço. Até qualquer dia.
Nos primeiros dias de Novembro vou narrar a espreita(dela)que me custou 15 dias de suspensão no trabalho. Belos tempos e bela juventude, que já não volta. Todavia se comprar uns de mólas talvez ainda sou capaz de fazer uma perninha. Vou pensar nisso. Cuida-te rapaz, para não seres tosquiado.
Só se for por uma litrada de carrascão!
Temos então que almoçar um dia destes... desde que sejas tu a pagar!
Ehehehehe!
Não me tomes a sério quanto ao pagamento...